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CARTILHA - RIO QUE QUEREMOS

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PALESTRA - ADEIRDE PEDROSO


 
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IMAGENS-PROJETO MEMÓRIA


 
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A HORA DO CONTO NA ESCOLA

ARÃ-ANGUÁ



No interior de uma pequena floresta, próxima do lago, havia um grupo de aproximadamente 50 pessoas, entre homens, mulheres e crianças.

Possuíam uma organização econômica e social bem definida: as mulheres cuidavam das crianças, construíam cestos, esteiras, tigelas e cultivavam mandioca e milho.

Os homens dedicavam-se à caça, à pesca e a guerra, quando necessário.

Em relação a origem do universo, acreditavam que eram os espíritos os responsáveis pelo seu surgimento.

Mas, eram as estrelas, sob a forma de constelações, que mais os fascinavam. O cotidiano da aldeia era determinado pela posição desses pequenos pontos no espaço.

____Vocês sabiam que uma das celebrações mais importantes era a fasta da colheita e que era realizada na casa da reza?

Nessa celebração, também ocorria o ritual onde se escolhia os nomes para as crianças nascidas no período!!

Para os BYÁ, conhecer as estações do ano era fundamental para suas vidas, saberiam o momento exato do plantio, colheita, caça e a pesca.

O BYÁ conhecem o inverno, a primavera, o verão e o outono graças aos desenhos que aparecem no céu formado pelas estrelas.

Quando chega o verão eles observam no céu a constelação TUYÁ’I – um homem, idoso; o outono é o GUAXU – um veado; o inverno, é a GUYRA NHANDU – uma Ema; e o verão é a TAPI’I – uma Anta.

Haaa, Quando o final do ano está próximo, no céu aparece a constelação AKA’EKORÁ. Uma Arapuca! – É sim, uma armadilha feita de bambu para pegar passarinho!

No ano novo, é possível ver no céu um amontoado de estrelas parecido com o desenho de um TINGUAÇU. Huuummm, um pássaro da mitologia guarani.

Também é Possível ver no céu, durante todo o ano, o cruzeiro do sul, que na língua BYÁ é chamado de KURUXU. Ah, com uma diferença, no KURUXU, não há a estrela “intrometida”, é sim!! Aquela, que fica fora da cruz.

Vocês sabiam que para marcar a passagem das horas os BYÁ se utilizam das estrelas!!!! Quanta sabedoria, hem!!!

Os BYÁ, quando migravam carregavam consigo sua cultura construída geração pós-geração.

Pare eles, a migração simbolizava a busca da terra perfeita, sem conflitos, raiva, inveja, ciúme, etc. Quando houvessem essas manifestações na aldeia, o povo estaria sujeito a desgraças, em forma de epidemias, enchentes, etc.

Haaaa! Agora sabem por que os BYÁ foram considerados gentis pelos colonizadores europeus!

Antes de se estabelecerem próximo ao lago, os BYÁ residiam em terras muito distantes, bem a oeste.

Com a falta de alimentos ou devido as guerras, tiveram que migrar. Um novo lar sem maldade, sem imperfeição, era necessário encontrar. Uma terra que pudessem tirar o necessário, sem desgastá-la.

Quando chegaram nas terras a LESTE, procuraram saber se a mesma já era ocupada. O proprietário, para eles, era o espírito da floresta.

Com a ocupação, fizeram a primeira plantação, de milho, respeitando o calendário agrícola, que ocorria após o inverno.

Todos da aldeia ficaram entusiasmado com a beleza do lago. Disseram que daquele dia em diante o lago seria considerado sagrado. Todos cuidariam para não poluí-lo, pois o peixe que dali fosse pescado alimentaria a todos.

Vocês sabem qual o nome que dera para o lago!!! LAGO DA SERRA.

Na floresta próxima ao lago, havia frutos e caça em abundância. Madeira também, onde seriam construídas as cabanas. Todos, na aldeia, se comprometeram em cuidar da floresta. Pois sabiam, que lá no meio, bem no meio, estavam os espíritos que protegeriam a todos e a todas.

Depois de meses morando nas proximidades do lago, num belo dia, quente de verão, os BYÁ tiveram uma surpresa!! Nascera uma criança!! Era o filho do cacique! Seus pais esbanjavam alegria! Consultarem os astros, como de costume, e deram ao filho o nome de Arã, que na sua língua significava “AMIGO DOS PÁSSAROS”.

Vocês sabiam, que na cultura BYÁ, quando uma mulher dá a luz a uma criança, que ocorre por volta dos 14 ou 15 anos, ela deverá ficar de resguardo durante uma semana num quarto escuro. Assim, a criança crescerá forte e saudável.

Para o homem, não é diferente! Durante sete dias, o pai, não deverá realizar trabalho como roçar, caçar, etc.

Sabe por que o pai não deve fazer esforço? É que quando a criança é pequena, a alminha do bebê segue o pai. Quando caminhar o pai também não deve fazer muitas curvas, pois a alminha pode se perder pelo caminho.

Alguns anos se passaram, Arã cresceu e aprendeu com os mais velhos as habilidades da caça, da pesca e da guerra. Não havia escola!! O ensinamento era através da observação, da imitação!

Os atuais BYÁ desenvolveram conhecimentos essenciais para sua sobrevivência. A produção de tigelas de barro foi uma delas. Sabem quem as produziam? Sim!! As mulheres! Com as vasilhas de barro era possível armazenar água e preparar os alimentos!

As mulheres BYÁ tinham um cuidado enorme na produção das cerâmicas. Alguns desses artefatos cerâmicos seriam utilizados como urna nos rituais de sepultamento. Claro que nem todos do grupo tinham o privilégio de ser enterrado numa urna especial. Apenas os mais importantes do grupo, os caciques, os pagés... Sendo assim, a urna teria que ser bem feita para resistir.

Era costume do grupo, no inverno, migravam para oeste, lá na serra. Esse trajeto era feito todos os anos, na época da colheita do pinhão.

Quando lá chegavam, colhiam apenas o necessário para alimentar-se! Sabiam que o pinhão alimentava os animais da região, como o quati, o porco do mato, a gralha azul, e outros. Esses animais comiam o pinhão para adquirir gordura. Caso não o fizessem, morreriam de frio.

Ahhh, a gralha azul é muita bela!! É o pássaro típico da região. É respeitada e considerada sagrada pelos habitantes lá de cima.

Vocês sabiam que gralha recolhe os pinhões e os enterra!! É que muitos desses frutos quando não são mais encontrados pelas gralhas, germinam e se transformam num enorme pinheiro.

Quando acaba o inverno, o ciclo se repete. Os BYÁ fazem o processo inverso, retornam à aldeia.

Também, no verão, era comum as aldeias do litoral receberem visitas dos moradores de cima da serra. Vinham a procura de alimentos, especialmente o marisco.

Esses contatos, muitas vezes eram amigáveis. Outras vezes, muito raro, ocorriam conflitos, mas sem mortes.

Num certo dia, no inverno, os BYÁ, quando chegaram ao topo da serra, foram recepcionados pelo chefe da aldeia KAYG, que lhes ofereceram comida e cama.

Arã, já adulto, acompanhava os demais. No acampamento, conheceu uma índia KAYG cujo nome era Anguá, que na língua local significava “DEUSA DA SERRA”.

Arã não sabia, que a moça que tinha se apaixonado era filha do chefe local, um sujeito forte, falante – um grande guerreiro.

O pai de Anguá, além de cacique era também líder espiritual. Sujeito de muito respeito!!

Sabendo que Arã tinha se apaixonado por Anguá, o pai de Arã, propôs ao pai de Anguá, que fosse selado um acordo de paz entre as duas tribos, através da união dos dois.

Após os cerimoniais que duraram dois dias, Arã, sua companheira Anguá e os demais rumaram para o litoral. A felicidade era visível no rosto dos dois. Mas, ambos não sabiam o que estava por vir, dias depois.

Numa certa noite de outono, Arã e Anguá, ouviram ruídos estranhos próximos a cabana em que dormiam. Saíram à rua e nada encontraram. Tudo estava calmo, a floresta dormia mansamente.

No instante que estavam fora da cabana, Arã e Anguá, tiveram maus pressentimentos. Sabiam que os ruídos fora da cabana não eram de animais. Alguém ou algo os vigiavam.

Poderia, disse Arã, que os passos ouvidos fossem de alguém da aldeia de Anguá! Alguém que discordava do acordo! Motivos, tinham de sobra! Pois ambos os grupos frequentemente se envolviam em conflitos.

Mas não! Discordou Anguá, dizendo que é tradição na sua aldeia, quando fosse selado algum tratado, todos cumpriam religiosamente! O desrespeito a um acordo sofreria punição dos deuses.

No outro dia, bem cedinho, Arã e Anguá comentaram com os demais o que tinha ocorrido na noite anterior. Outros, que estavam presentes, afirmaram terem ouvido passos próximos às cabanas.

Passaram-se três noites, e o mistério foi revelado. Pouco antes do amanhecer, quando todos dormiam, a aldeia foi atacada por homens munidos de espingardas e facões. As casas, todas de madeira e palha, foram derrubadas e queimadas. Seus moradores, nenhum foi poupado, foram mortos brutalmente, homens, mulheres e crianças, com exceção a Arã e Anguá que, naquele momento estavam fora da aldeia.

Arã e Anguá, quando ocorreu o ataque à sua aldeia, estavam às margens do lago, solicitando aos deuses proteção para o seu povo e principalmente para seu filho que estava por nascer.

Ao se aproximarem da aldeia, Arã e Anguá, entraram em pânico. Não mais a reconheceram. As casas estavam destruídas, ninguém fora poupado.

Quem seriam os responsáveis por essa perversidade, indagaram ambos?

Não sabiam, que as terras em habitavam, estavam sendo invadidas por caçadores cuja missão era exterminar seus habitantes, abrindo caminho para que mais tarde fossem ocupadas por colonizadores brancos.

Arã e Anguá, sem que os caçadores os vissem, fugiram, embrenhando-se pelo mato em direção à serra, onde morava o povo de Anguá.

Durante dois dias e duas noites, sem descanso, caminharam seguindo as estrelas. Quando lá chegaram, tiveram outro susto. A aldeia de Anguá, como ocorreu com a de Arã, foi destruída. No chão, corpos mutilados, mas apenas de homens. Por que as mulheres e crianças foram poupadas? E onde estavam?

Arã e Anguá, tristes, sabendo que seus familiares foram totalmente destruídos decidiram retornar ao litoral e reconstruir suas vidas.

Durante a viagem, no caminho, nasceu seu filho. Pediram aos deuses da floresta que seu filho fosse protegido dos caçadores e que vivesse num mundo sem maldade.

Costeando a margem direita de um rio, de águas cristalinas, chegaram a um local próximo ao mar. Era um morro, onde na sua base havia um buraco, uma espécie de caverna ou furna. Calmamente entraram e lá se instalaram. Ficaram durante algum tempo naquele local, pois sabiam que estariam protegidos.

Na furna, Arã e Anguá, tiveram mais quatro filhos. Depois de algum tempo, os dois e os filhos, receberam visitas de indivíduos, alguns da mesma etnia, e outros não. Os que para lá foram, se instalaram próximo a furna. O grupo foi crescendo, sendo a cultura transferida para os mais novos.

Arã e Anguá, já bem idosos, morreram no local. Seus corpos foram enrolados em esteiras de jundo e enterrados no interior da furna.

Por ser os únicos sobreviventes de duas etnias desaparecidas em decorrência da ação de caçadores, os espíritos de Arã e Anguá permaneceram no local onde foram sepultados. Seus descendentes, em homenagem a esses dois guerreiros, deram ao local, onde habitariam de ARANGUÁ ou ARARANGUÁ.



Prof. Jairo Cesa
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RITUAL GUARANI É REPRESENTADO NA ESCOLA ATRAVÉS DA QUEIMA DE ARTEFATOS CERÂMICOS

RITUAL GUARANI É REPRESENTADO NA ESCOLA ATRAVÉS DA QUEIMA DE ARTEFATOS CERÂMICOS


No dia 10 de junho de 2010, nas dependências da escola Padre Antônio Luís Dias, no período da manhã, os(as)estudantes da terceira, quarta, sétima e oitava séries, participaram de ritual de queima de artefatos cerâmicos guarani, confeccionados no dia 19 de abril, dia em comemoração ao indígena.
Antes do ritual da queima, foi aberto um pequeno buraco nas proximidades da escola sendo que no seu interior foi depositada lenha e os artefatos de barro.
O processo que queima durou aproximadamente uma hora. As peças cerâmicas apresentaram uma coloração avermelhada,
Com a queima, algumas dúvidas quanto as peças prontas foram sanadas, principalmente em relação a tonalidade escura existente no interior das mesmas e a camada avermelhada externa. Acreditávamos que essa camada avermelhada externa das peças, comparando-as com os fragmentos encontrados na região pela população, era uma espécie de tinta aplicada pelas índias guarani. Com a quebra de uma das peças, constatamos que a fina camada avermelhada externa é a argila que não sofreu o preteamento, que ocorreu no seu interior.
No período em que os artefatos cerâmicos estavam secando para que fossem queimados, o professor Jairo Cesa, assessorou um grupo de alunos na confecção de uma urna funerária, cujo tamanho se assemelhou as encontradas na região.
O procedimento adotado pelo professor e pelos estudantes na confecção foi diferente daquela adotada pelos estudantes no dia da oficina guarani.
Procurou-se, na confecção da urna, adotar uma técnica que mais se assemelhava aquela adotada pelas mulheres guarani, ou seja, amassar o máximo possível a argila formando uma liga.
Após a etapa de preparo da massa, foram feitas rosquinhas e colocadas uma sobre a outra até que atingissem o tamanho desejado.
Durante a confecção, constatou-se que, mesmo com laborioso preparo da massa, a urna apresentou pequenas fraturas, sendo as mesmas difíceis de serem sanadas.
Após a secagem da urna e posterior queima, faremos com os alunos uma pequena simulação de como eram feitos os sepultamentos dos povos guarani.
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RECUPARAÇÃO DA MEMÓRIA ALIMENTAR DO BAIRRO MORRO DOS CONVDENTOS

RECUPARAÇÃO DA MEMÓRIA ALIMENTAR DO BAIRRO MORRO DOS CONVENTOS


No dia 27 de maio de 2010, a Escola de Ensino Fundamental Padre Antônio Luís Dias, em continuidade ao projeto memória local, promoveu na unidade escolar palestra com a participação da Professora pedagoga e extencionista da Epagri, Marley Alborgueti, que abordou tema “Horta Escolar Orgânica e sua contribuição no processo nutricional das crianças”.

Para facilitar o entendimento acerca do tema, Marley, se utilizou de recursos áudio visuais, especificando as etapas de criação da horta, classificação dos alimentos quanto aos nutrientes e preparação do solo para o cultivo.

Durante a apresentação, foi solicitado que levantassem as mãos os estudantes que tivessem em casa uma horta. Constatou-se que, tanto no período da manhã quanto da tarde, o número de famílias com horta eram ínfimas. Portanto, não há na comunidade, e não sabemos exatamente os motivos, de não existir uma cultura voltada à produção e consumo de hortaliças.

Quando a palestrante abordava a forma conveniente de manejar o solo para o cultivo das hortaliças, o professor Jairo Cezar, solicitou permissão para comentar o trabalho realizado pelos estudantes sobre os povos guaranis que habitaram a região no passado. Segundo o professor Jairo, as pequenas culturas ou pequenas hortas, já eram praticadas pelas populações guaranis que habitavam a região anterior a chegada dos colonizadores, e muitas dessas variedades conhecidas atualmente como o milho, tomate, batata-doce, cará, feijão, amendoim, mandioca, eram plantas selvagens e foram domesticadas pelos guaranis.

O que caracteriza a horta orgânica, entre outros aspectos, segundo a palestrante, é o seu cultivo sem agrotóxico, que proporciona maior teor nutricional.

Com a conclusão da palestra, tanto no período da manhã como da tarde, os estudantes se deslocaram para o local onde há um pequeno espaço destinado a horta, a fim de vivenciarem as informações obtidas na palestra.

No espaço em que se fará a horta, a palestrante aproveitou da existência no local de composteira para explicar como a mesma deve ser preparada corretamente para que produza o adubo de boa qualidade. Foi constatado que no interior da composteria já haviam minhocas, tanto nativas como as californianas. Segundo Marley, as minhocas desenvolvem uma importante função no solo, principalmente na produção de “humos”.

Além da composteira e do minhocário, a palestrante comentou acerca das inúmeras plantas existentes no local, principalmente sobre os canteiros desativados. Esclareceu a palestrante que, de acordo com o solo, compactação e teor nutricional, é possível saber quais as espécies de plantas que se desenvolvem no local.

Após comentários sobre o local que será desenvolvida a horta, a palestrante elaborou um pequeno esquema – mapa-croqui - de como o espaço para o cultivo das hortaliças deverá ser desenvolvida.

Acreditamos que, com a palestra, muitas dúvidas existentes acerca do cultivo e importância da horta orgânica foram superadas pelos presentes em especial pelos professores.

A partir desse momento, a escola junto com os educadores e estudantes participarão de forma interdisciplinar de um planejamento onde cada disciplina se utilizará de suas ferramentas metodológicas para a construção de um conhecimento participativo, envolvendo teoria e prática.
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